domingo, 22 de agosto de 2010

Sabedoria de Vida.

Neste, sábado, dia 21 de agosto de 2010, foi sedimentado mais uma vez o seguinte jargão: esses moços, pobres moços, ah, se soubessem o que eu sei. Vocês devem estar se perguntando: o que essa maluca está tentando dizer com isso?A raiz desse pensamento também está consolidada em outro ditado "Vivendo e apreendendo". O intuito dessa introdução é para falar sobre a palestra que tive a oportunidade de participar com a Sra. Iane Kestelman, presidente da ABDA do Brasil. São momentos únicos em nossas vidas, que, com certeza, tenho que compartilhar com todos.

Ontem, antes de chegar a palestra com uma ansiedade imensa, sai umas 12h30 de Sorocaba/SP e cheguei pontualmente na Associação. Quando adentrei, tinha uma senhora, distribuindo crachás, com nomes e prontamente entregou o meu (alívio). Na entrada já comecei a falar com uma senhora simpática e, passados alguns minutos, adentrei a sala. A expositora começou a palestra e pediu para que cada pessoa falasse por que estava ali naquele momento (problemas com conversas paralelas - inquietação TDAHs - Inconscientes). Em questão de segundos, entrei em uma máquina do tempo, onde a mãe que falava sobre seu filho contava um pouco da minha infância sem me conhecer, aquilo me emocionou muito.

Com o passar dos depoimentos, fui meditando sobre a similaridade das dificuldades e chegando em uma conclusão mais do que imediata, incisiva, inicialmente me parece que nós, TDAHs, somos imaturos com relação a afazeres corriqueiros que são resolvidos rapidamente por um homem médio, o que demonstra uma deficiência no controle físico, fazendo com que rapidamente entremos em uma espécie de surto de sabotamento diário, onde nos esgotamos, pois temos uma tendência gigantesca em dramatizar os acontecimentos reais da vida por não controlarmos nosso organismo como a maioria das pessoas.

Compreendi que, com a minha criação, seria muito difícil um diagnóstico quando criança, pois minha mãe teve três filhos e o meu irmão menor era disléxico e, para a minha família, o problema dele sempre foi maior que o meu, pois no primeiro momento da minha vida tinha dificuldades de aprendizado mas tirava a nota para passar, não atrapalhava amigos na turma e a minha ansiedade na infância era suplantada por vários tipos de exercícios como ginástica olímpica, natação e a educação física escolar da época.

Mas não posso deixar de desabafar que a escola, faculdade sempre foram um transtorno para mim. Na verdade, as provas em geral, quando sei que uma prova está por vir, é como um coração saindo pela boca, uma sensação avassalarora. Estes sentimentos foram aflorando em um momento de reflexão, como se eu recordasse de cada passo penoso da minha existência, cada caminho cruel escolhido por ignorância.

Concluindo, depois de 27 anos de existência em que todos os momentos superei Everestes, não só eu, mas todos naquela sala, pois não desistiram de seus sonhos, às vezes por apoio familiar, às vezes por apoio próprio, de alguma maneira chegaram até ali, frisando que a maneira de condução dessa exposições é fantástica, desde já agradecendo todos os especialistas presentes. Observando o transtorno, não existe maneira melhor do que entre portadores trocar informações, pois é um alívio saber que a persistência do portador e dos especialistas que o acompanham na vida reduz as dificuldades proporcionando um equilíbrio fantástico.
Só pude sistematizar tudo pelo momento que me encontro, pois, com certeza, não conseguia me entender nos meus últimos cinco anos.

Um comentário:

  1. eu sabia que seria mto bom para vc participar dessas palestras!!! Encontrar pessoas com problemas semelhantes, ajuda a se entender e a encontrar soluções para seu dia a dia!!! Bjs!!

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