sábado, 2 de julho de 2011

Sepultamento em vida.

Na maioria das vezes nós, portadores do déficit de atenção sempre colocamos culpa em nossa deficiência.

A realidade é muito mais atróz do que a afirmação acima.

Sempre nos apegamos aos acontecimentos passados, sem pensar que o tempo não liga para isso, as pessoas ao seu redor também não ligam para isso, só você que é ingênuo que fica se apegando a coisas que há anos não existem mais.

Quero esclarecer que não estou falando do mero matar o tempo e sim de acreditar em coisas que não existem e ir atrás delas até o final, será que consegui ser clara?

O momento é de não travar, é de não culpar, é de ter consciência do que, o que passou passou.

Acredito que agora com quase dois anos dessa minha pequena jornada, percebi que não sou mais quem eu sou, que arranjar uma nova identidade ou me procurar entre esses poucos slides turvos está me deixando maluca.

É triste perceber que você está morrendo em vida, que a maior parte das coisas que você se preocupou são nada com coisa alguma. Que você na maioria de meus atos foi medíocre consigo mesmo.

A culpa tomou conta de seu ser e inicialmente você foi se descamando, depois endurecendo, depois perdendo os sentidos, aquele brilho no olhar não existe há séculos.

A vida de todos ao seu redor dá passos largos, encontram-se a cada dia, o mundo muda o tempo muda e você? Não conseguiu nem parar no tempo, nem rever seus conceitos, pois era inconsciente até poucos meses atrás, percebe que a maré nem consegue te levar, pois a quanto tempo você não vê o mar? Você nem é considerado mais, nem os seus átomos são perceptíveis aos microscópios...

Nem podemos afirmar que você é uma múmia, pois elas são super vistas em museus e livros de histórias.

Agora amigo, como é que vai ser. A dificuldade de culpar a si mesmo é tão latente que você já está em um velório de sua própria vida, sepultamento postumo.

Rachel Alves de Aguiar

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